A Federação das Associações de
Agricultores do Baixo Alentejo (FAABA) endereçou uma carta ao Ministro da
Agricultura e Mar para reivindicar medidas de apoio e salvaguarda ao setor
agropecuário. Além de vários outros problemas, o setor enfrenta
graves consequências relacionadas com a Doença da Língua Azul (Febre Catarral
Ovina).
“Na nossa área de influência,
constatamos que a doença grassa com violência nas zonas que foram menos
afetadas em 2024, embora também se manifeste de forma significativa nos
efetivos acometidos no ano passado”, referem os agricultores salientando que “as
vacinas autorizadas para estes serotipos (…) não têm tido nem o efeito preventivo
pretendido, nem a cobertura populacional desejada”.
O número de animais mortos é, segundo
a FAABA, “cerca de 3 vezes superior ao esperado para esta época do ano”.
E salienta que os enormes prejuízos, cumulativos com os do ano passado, “não
foram - longe disso - compensados pelas ajudas disponibilizadas e, ainda por
cima, tardiamente implementadas”.
Ao reclamar apoios para os produtores
pecuários, a FAABA sustenta que o setor vive “momentos difíceis, decorrentes da
ausência de políticas adequadas ao sector e capazes de estimular a fixação das
pessoas nos meios rurais do interior, da falta de renovação geracional e de mão
de obra, da dificuldade do acesso à terra, da pesada carga burocrática
associada e da insuficiência dos apoios ao investimento, ao que se somam, desde
o ano passado, as graves consequências desta doença”. E colocam nas mãos do
Ministério “em conjunto com as Organizações representativas dos produtores de
pequenos ruminantes, encontrar soluções que contribuam para travar - ou mesmo inverter
- o definhamento destes sectores”. A Federação “reafirma a sua total
disponibilidade para participar ativamente neste processo, que deverá integrar
sempre a adoção de uma nova abordagem à prevenção e controlo da doença da
Língua Azul”.
Entretanto, a ACOS lembra os seus associados
que é importante notificar as suspeitas de Língua Azul para que as ajudas aos
produtores afetados possam ser desencadeadas e delineadas pelas entidades
competentes. Embora não haja atualmente imposição de sequestros às explorações
afetadas, é do interesse dos produtores comunicarem as suspeitas da doença na
sua exploração. Essa notificação pode ser feita junto do médico veterinário
(ADS/OPP) ou nos Serviços Veterinários Oficiais.
No caso do ADS de Beja o contacto pode ser feito através do seguinte telefone:
284 310 350.